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Comércio com o principal parceiro perde terreno

Veículo: Diário do Comércio
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O Brasil perdeu terreno nas exportações para os Estados Unidos da América, historicamente seu principal parceiro comercial. A Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), revela que, só para o setor industrial, entre 2003 e 2004, o mercado norte-americano rendeu US$ 16,8 bilhões, ou seja, 21% do total exportado pelo Brasil no período. Já no biênio 2007/2008 (considerando a previsão para este ano), o valor do destino dos produtos brasileiros para os EUA aumentou para US$ 25,4 bilhões, mas o percentual foi reduzido para 15%. Segundo dizem analistas dos próprios agentes das cadeias de exportação, a queda no volume de exportações para os Estados Unidos significa que o Brasil está perdendo mercado, principalmente, para concorrentes como a Índia e a China.
Existem tentativas isoladas de ambos os países de recuperar o volume perdido pelos produtos brasileiros nos EUA, mesmo levando-se em conta o ambiente recessivo da economia norte-americana neste momento com a crise no "subprime". Um deles é um acordo em formação que permitirá a expansão dos serviços de carga entre os dois países por transporte aéreo.

De acordo com a secretária de Transportes dos EUA, Mary Peters, o número de vôos de carga semanais passará de 24 para 35 e deve chegar a 42 em 2010. O entendimento também permite o aumento de vôos charter de carga de 750 por ano para 1.000 agora e para 1.250 em 2010. As companhias aéreas de carga dos Estados Unidos poderão transferir carga diretamente de aviões para caminhões para entregas porta-a-porta no Brasil. Além disso, o acordo também permite o aumento de 50% nos vôos de passageiros entre os dois países.

Os setores têxteis do Brasil e dos EUA também formalizaram um acordo de cooperação que destaca iniciativas conjuntas reforçando a parceria do setor nos dois países. Entre as ações estão o estabelecimento de canais de comunicação que facilitem o debate e as ações para quebra de barreiras comerciais; a luta contra práticas de comércio ilegal, incluindo a questão do direito de propriedade intelectual e até o monitoramento e discussão de estratégias para o protocolo chinês de acesso ao World Trade Organization (WTO). A iniciativa reuniu a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), a Associação Americana de Confecção e Calçados (American Apparel & Footwear Association - AAFA), e o Conselho Nacional das Entidades Têxteis dos EUA (National Council of Textiles Organization of EUA - NCTO).

No setor agropecuário, o Comitê Consultivo Agrícola Brasil-Estados Unidos, criado em 2003 pela então secretária de Agricultura dos EUA Ann Veneman e pelo ministro da Agricultura da época, Roberto Rodrigues, avançou agora nas negociações para o aumento das exportações de carne para o país da América do Norte.

No último encontro do comitê, no final de junho, em Brasília, os representantes norte-americanos anunciaram a agilização das análises de risco sanitário da carne brasileira. Isso já começou a ser feito com a visita técnica a produtores de suínos de Santa Catarina. O diretor do Sindicato das Indústrias de Carnes de Santa Catarina (Sindicarnes-SC), Ricardo Gouvêa, disse que a expectativa do setor é iniciar as vendas para os Estados Unidos já no ano que vem. O comitê discute a comercialização bilateral de diversos produtos agropecuários do Brasil e EUA.



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