Notícias

Brasil ganha dos EUA

Veículo: guia Jenaswear / Fonte: Portugal Têxtil
Seção:
Página: http://www.guiajeanswear.com.br/


O governo norte-americano foi condenado pela Organização Mundial de Comércio por atribuir subsídios irregulares aos produtores de algodão


Os EUA perderam na semana passada, o recurso na Organização Mundial de Comércio (OMC), na sua longa disputa contra o Brasil no âmbito da atribuição de subsídios aos produtores americanos de algodão.

A sentença abre a porta para o Brasil para tentar a aprovação por parte da OMC de sanções nas importações dos EUA, que podem atingir mais de bilhões de dólares por ano, a ser impostos em serviços ou através da suspensão dos direitos de propriedade intelectual dos EUA.

Numa sentença de 184 páginas, o órgão de apelo, o principal tribunal da OMC, recomendou ao órgão de mediação de conflitos da OMC para requerer aos EUA um alinhamento das suas medidas com os regulamentos internacionais de comércio.
O corpo de apelo confirmou as conclusões do outro painel de disputa, onde se afirma que os EUA não cumpriram com as regras no caso trazido pelo Brasil em 2002. A sentença de Dezembro passado confirmou ainda que os empréstimos para a comercialização concedidos pelos EUA e os pagamentos de contra-ciclo levaram a um aumento na produção e exportação dos EUA, o que diminuiu os preços mundiais.

Washington recorreu da sentença, argumentando que as mudanças nos seus programas de cultivo colocaram os EUA em linha com os regulamentos da OMC. A administração Bush revelou também que estava «muito desapontada» com esta nova sentença, sugerindo que o aumento dos preços do algodão tornava o caso irrelevante.

«Os EUA não fizeram, e não fazem, quaisquer pagamentos ligados à produção de algodão. Por isso, não há base para dizer que os pagamentos dos EUA tem hoje qualquer impacto no preço do algodão», refere em comunicado Sean Spicer, porta-voz da representante do comércio dos EUA, Susan Schwab.

Os subsídios americanos para o algodão tornaram-se um dos temas mais contenciosos nas conversações da Ronda de Doha, que procura expandir o comércio mundial e dar uma ajuda aos países em desenvolvimento.

Os produtores de países em desenvolvimento, sobretudo em África, acreditam que os subsídios dos EUA diminuem os preços e põem fora do mercado os seus próprios agricultores. Os produtores africanos pediram na Ronda um corte de 82% dos subsídios de comércio do algodão dos EUA – superior aos 66-73% propostos para outros apoios ao cultivo dos EUA.

Washington pode ainda apresentar uma contraproposta, mas há um forte apoio político nos Estados do Sul para continuar defendendo esta indústria politicamente muito influente.

O governo americano pagou aos agricultores de algodão entre 2 bilhões e 4 bilhões de dólares em subsídios de apoio ao comércio nos últimos anos. Mas os subsídios ligados ao preço caíram face ao aumento do preço do algodão, que subiu no último ano devido às colheitas de algodão mais baixas e às expectativas de que a procura mundial de algodão estava crescendo e a um ritmo constante.

Com base no preço do algodão em Nova York, a fibra estava sendo negociada a 46 cêntimos de dólar por libra em Maio de 2007. Atingiu um máximo de 12 anos em Março, onde foi negociada a mais de 90 cêntimos e fechou a 65,74 cêntimos em Maio.

A indústria de algodão americana considera que a sentença surge «fora de tempo e sem levar em consideração as condições de mercado existentes». «Simplesmente não é o caso de que os preços do algodão mundial estejam atualmente subvalorizados ou alguma vez tenham estado», afirma o National Cotton Council americano em comunicado.





FONTE: Portugal Textil
Foto: Reprodução



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar