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Joinville - A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi sabatinada ontem por empresários e jornalistas na estréia do Painel RBS em Santa Catarina. O evento reuniu 470 lideranças empresariais e políticas do Estado, no Teatro Juarez Machado, em Joinville. A vocação econômica do Estado e os gargalos na infra-estrutura ditaram o rumo das discussões. No encontro, Dilma prometeu que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) liberará R$ 13,6 bilhões até 2010 para o Estado.

Durante o debate, a ministra revelou que entre os setores que mais preocupam o governo federal estão o setor têxtil e a indústria de confecção. As fábricas brasileiras, muitas delas estabelecidas em Blumenau, amargam prejuízos nos últimos anos por causa do dólar baixo. Com o real valorizado, fica fácil para os produtos chineses invadirem o mercado nacional a preços baixíssimos. Isso enfraquece as empresas brasileiras na briga pelo consumidor.

Para tentar resolver esse problema, a ministra disse ontem - ao responder a pergunta da empresária Sônia Hess de Souza, presidente da Dudalina - que os setores têxtil, de confecção e moveleiro serão prioritários na nova política industrial.

O plano está sendo montado em Brasília e deve ser lançado até final deste mês. De acordo com a ministra, o governo renovará os acordos que tentam neutralizar a perda da competitividade brasileira. Além disso, estão em debate outras alternativas, como financiamentos diferenciados.

- No passado, em 2006, nós fizemos o FAT setorial tentando compensar essa situação ao dar financiamentos diferenciados. Isso também está sendo considerado agora nessa política - disse a ministra.

- A empresa nacional média está sofrendo e perdendo a competitividade. Isso merece uma atenção muito grande do governo federal.

Dilma Rousseff também adiantou que o governo federal planeja novos incentivos à exportação, que incluem redução fiscal e incentivos financeiros.

- Acreditamos que é necessária uma série de salvaguardas no que se refere a entrada de capital especulativo no Brasil - confirmou a ministra.

O capital especulativo a que ela se refere são os milhões, ou bilhões, de dólares que chegarão ao país graças ao investment grade - uma espécie de selo que confere qualidade a um país frente a megainvestidores internacionais. O Brasil recebeu o selo semana passada.

Quando o dinheiro desembarcar aqui, o dólar vai cair ainda mais, complicando a vida de alguns segmentos industriais.

Durante o Painel RBS, a ministra Dilma Rousseff falou do desempenho do país e firmou alguns compromissos de obras com os catarinenses. Dilma disse que o Brasil está em um bom momento. Citou o crescimento da economia de 5,42% no ano passado. Mas, segundo ela, não dá para descuidar.

- O governo não pode subir no salto alto e ficar comemorando - alertou.

Ela fez algumas promessas de obras, como a conclusão da pavimentação da BR-282, de Lages a Campos Novos, a duplicação da BR-280, entre São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul, da BR-470, entre Navegantes e o acesso a Timbó, até 2010.