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Veículo: Diário do Comércio
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A Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas), a despeito da desvalorização do dólar frente ao real, uma vez que a empresa exporta cerca de 75% da produção, apresentou crescimento de 19,7% na receita operacional líquida correspondente ao terceiro trimestre deste ano ante igual período de 2006, que passou de R$ 805,466 milhões para R$ 963,514 milhões.
Já no acumulado dos nove primeiros meses de 2007, o resultado da empresa chegou a ser 23% maior que no mesmo intervalo de 2006. A receita líquida passou de R$ 2,417 bilhões para R$ 2,977 bilhões.
Contudo, a companhia têxtil apresentou resultados negativos nas duas bases de comparação - julho a agosto e primeiros nove meses do ano. As perdas no até setembro foram da ordem de R$ 178,803 milhões, de acordo com dados operacionais divulgados ontem pela empresa. No terceiro trimestre, o prejuízo atingiu a cifra de R$ 74,228 milhões.
Segundo informações da Coteminas, os prejuízos podem ser explicados não somente pela variação cambial, como também pelo custo de transição de plantas dos Estados Unidos para o Brasil e Argentina - a empresa também conta com unidades no México. O maior impacto no resultado da companhia foi o prejuízo registrado pela Springs Global Participações S/A (controlada da Coteminas e principal investimento da companhia no mercado externo) até setembro, de R$ 287,837 milhões.
Segundo informações da empresa, as vendas da Springs nos EUA e Canadá foram fortemente afetadas pela crise no mercado de crédito imobiliário, além do fechamento de fábricas e transferência de equipamentos.
No ano passado, a Coteminas registrou saldo positivo no lucro líquido em ambos os períodos. No terceiro trimestre o volume foi de R$ 43,489 milhões, enquanto que nos nove primeiros meses do ano o montante chegou a R$ 72,869 milhões.
Embarques - Apenas uma das unidades da Coteminas instalada em Montes Claros (Norte de Minas), apesar dos problemas que o setor tem enfrentado, como o câmbio e a invasão de produtos chineses, exportou US$ 65,9 milhões até agosto deste ano. O resultado apresentou um crescimento de 47,6% na comparação com igual intervalo de 2006, quando os embarques somaram US$ 44,6 milhões.
Conforme informações da empresa, este ano é considerado favorável, uma vez que os números da Coteminas mostram que a indústria, que tem cerca de 75% da produção destinada ao mercado externo, vem cumprindo todos os contratos internacionais.
A Coteminas consome anualmente 100 mil toneladas de fibras - 12,5% de todo o consumo nacional de algodão. As plantas, sendo quatro localizadas em Minas - Montes Claros - e três em São Gonçalo do Amarante e Macaíba (RN), três em João Pessoa e Campina Grande (PB) e uma em Blumenau (SC), ocupam uma área coberta de 940 mil metros quadrados. Com a geração de mais de 13 mil postos de trabalho, a Coteminas e suas coligadas são responsáveis por marcas como Artex, Santista, Garcia e Calfat.
O setor têxtil mineiro tem mostrado sinais de recuperação neste ano. De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a reação do segmento já se torna visível. O volume de produção do setor cresceu 0,31% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2006.