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Roupa infantil se torna neg?cio de gente grande

Veículo: Estado de São Paulo
Seção: Economia
Página: B7

 


Quem observa as grandes indústrias que despontam ao longo da rodovia SP-127, entre Cerquilho e Tietê, na região de Sorocaba (SP), não imagina que a base da economia local está num pequeno negócio: a fabricação de roupas infantis. Cerquilho e Tietê têm a maior concentração de confecções para crianças do Brasil, segundo pesquisa do Sebrae. São 267 pequenas e médias empresas com uma produção mensal de quase 2 milhões de peças do vestuário infantil. O faturamento anual do setor passa de R$ 100 milhões e cresce em média 10% ao ano - em 2007 pode atingir crescimento de 15%. Juntas, as duas cidades têm 69,5 mil habitantes. Cerca de 10% dessa população está empregada, de forma direta ou indireta, nas confecções. Os empregos indiretos são criados em 150 oficinas de costura e bordado que prestam serviços para as fábricas. São, na verdade, pequenas incubadoras de empresas - muitas das indústrias de hoje eram oficinas de fundo de quintal anos atrás. É o caso da Look, fabricante de jeans para bebês, crianças e adolescentes. Até 1999, o proprietário, Fábio Rodrigues Rocha, de 26 anos, prestava serviços para a mãe, dona de uma confecção. Com a então namorada, hoje esposa, Fabiane Milani Rocha, ele comprou algumas máquinas e começou a produzir para comerciantes do bairro do Brás, em São Paulo. 'Trabalhávamos muito, mas com pouco lucro, pois eles faziam o preço.' Em 2002, passou a atender o varejo e o negócio deslanchou. Hoje, o casal tem uma fábrica moderna num prédio de dois pavimentos, uma loja de fábrica e 60 empregados diretos, além de dar serviço a 30 oficinas. 'Crescemos muito rápido', diz o empresário - a nova fábrica foi inaugurada em julho. O casal fez parte do grupo de 22 empresários do pólo que viajaram em missão comercial para a Europa no primeiro semestre. É uma das atividades organizadas pela Associação das Confecções Infantis de Cerquilho/Tietê e Região (Acicet), criada há dois anos e que reúne 44 das principais empresas. Elas formam o Brasil Mirim, um pólo de produção de moda infanto-juvenil assistido pelo Sebrae, o serviço de apoio às micro e pequenas empresas. Além de participar de feira internacional em Valência, Espanha, o grupo esticou a viagem até Paris. 'Queríamos ver as vitrines, a disposição das roupas e, principalmente, observar as tendências de cores e tecidos', disse a dirigente da associação Mariana Zamuner. De acordo com Alexandre Martins, analista de negócios do Sebrae, o grande salto conseguido em Cerquilho e Tietê foi o da qualidade. 'Começamos por juntar os fabricantes das duas cidades, que trabalhavam de forma isolada, e capacitar os recursos humanos.' Em seguida, foram trabalhados o sistema de gestão e o produto. 'Eles saíram da estratégia de disputar o mercado pelo preço e passaram a disputar pela qualidade do produto.'



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