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MP revogada congela ajuda a exportadores

Veículo: Folha de S?o Paulo
Seção: Brasil
Página: A6

 

O governo tenta reverter os efeitos da revogação da Medida Provisória 382, que concedia benefícios para a indústria de calçados, móveis e têxteis. O ministro Guido Mantega (Fazenda) espera que texto semelhante ao derrubado seja aprovado neste ano no Congresso. Enquanto isso, o programa de ajuda aos exportadores fica congelado. Ontem, o ministro confirmou que foi ele quem autorizou a revogação da MP que trancava a pauta da Câmara e impedia a votação da prorrogação da CPMF. "Não tivemos outra alternativa porque estava trancando a pauta e, à 1h30 [de ontem], fui consultado e sugeri que ela fosse retirada da pauta", disse. Agora, o governo corre para entregar ao Congresso projeto de lei que prevê os benefícios que existiam na MP derrubada. O texto terá tramitação em "urgência urgentíssima". Empresário do ramo têxtil, o vice-presidente da República, José Alencar, disse ontem que o governo "obviamente" não queria revogar a medida provisória. "Tem hora que você é obrigado a fazer coisas que não gostaria." Para o secretário-adjunto da Receita, Carlos Alberto Barreto, a decisão não inviabilizará negócios. As empresas que se beneficiariam dos incentivos não precisam se preocupar, segundo ele. "É lamentável. Foi anunciado há mais de cem dias, com toda a pompa. É óbvio que há perdas de tempo, de produção, de geração de empregos, de competitividade", disse Fernando Pimentel, superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção). Flávio Roscoe, presidente do Sindimalhas (Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas de Minas Gerais), também criticou. "Quando se fala em arrecadação do governo, nada tem lugar. O governo passa por cima de qualquer coisa", diz. "É um balde de água fria." A presidente da Amovergs (Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul), Maristela Cusin Longhi, diz que o governo foi "insensível". "A revogação tira esperanças de empresários que aguardavam para comprar máquinas de última geração", disse ela. Para o diretor-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), Rogério Dreyer, os benefícios da MP estavam longe do ideal, mas criaram expectativas a muitos empresários.



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