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Mais incentivos para o algod

Veículo: Estado de Minas
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Uma das propostas para aumentar a oferta do produto é a intensificação do trabalho conjunto entre as entidades dos produtores e dos industriais, com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A indústria têxtil de Minas Gerais consome, por ano, cerca de 140 mil toneladas de algodão em pluma, e atualmente 100 mil toneladas vêm de outros estados, porque a produção mineira ainda não consegue atender a demanda. O problema foi apresentado durante um encontro do setor de algodão na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas, em Belo Horizonte, com a participação e representantes dos produtores e da indústria têxtil, além do coordenador do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão em Minas Gerais (Proalminas), Lindomar Antônio Lopes. Uma das propostas do setor para aumentar a oferta do produto é a intensificação do trabalho conjunto entre as entidades dos produtores e dos industriais, com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A idéia é reativar a cotonicultura do Norte de Minas, principalmente entre os agricultores familiares. “Vamos usar principalmente as unidades técnicas demonstrativas (UTDs) para aumentar a produção da agricultura familiar porque as experiências até agora realizadas foram bem-sucedidas”, explicou Lindomar Lopes. As UTDs são áreas onde os produtores podem desenvolver cultivos-modelo com a orientação de técnicos e buscar respostas para problemas em suas lavouras. No Norte, já existem UTDs em Catitu, Pai Pedro, Monte Azul e Mato Verde. O coordenador do Proalminas, programa criado pela Secretaria de Estado de Agricultura, acrescentou que a retomada da cotonicultura na região do semi-árido é uma proposta de mudança social, porque fortalece a economia e gera emprego e renda. “O algodão já foi muito importante na região. Nos anos 90, houve uma grande queda na produção brasileira e o cultivo quase desapareceu, por causa da abertura dos portos e ada competição do produto internacional subsidiado. Além disso, a praga do bicudo foi decisiva para dizimar as lavouras brasileiras.” A maior parte da produção atual de algodão foi reiniciada no Brasil em 2000, com a introdução de novas tecnologias e a profissionalização dos agricultores. Segundo Lindomar Lopes, o Brasil ganhou destaque com produção sustentável e de alta qualidade. Atualmente, a safra brasileira alcança 1,5 milhão de toneladas de plumas, para um consumo de 800 mil toneladas. O restante é exportado. “Em Minas Gerais, a produção está sendo retomada aos poucos. Embora o algodão colhido no estado seja de excelente qualidade, em razão das condições climáticas e de solo, as exportações ainda estão começando.”
TRANSGÊNICOS Minas Gerais pode ter até 90% de sua área destinada ao cultivo de algodão ocupada com variedades geneticamente modificadas, em dois anos. Essa é a previsão do consultor em agronegócios da Cotton Consultoria, Eleusio Freire. “Isso deve acontecer caso os impasses que emperram o avanço da biotecnologia no Brasil sejam solucionados ainda esse ano, permitindo a liberação comercial de novas versões transgênicas”, explica. Segundo ele, o estado ocupou o quinto lugar (atrás dos três estados do Centro-Oeste e Bahia) entre as regiões que mais cultivaram a planta transgênica na safra 2005/2006. Ao todo foram 6.5 mil hectares, 20% dos 32,5 mil hectares plantados na região. “Na década de 80 chegávamos a plantar algodão em aproximadamente 130 mil hectares. Dez anos depois, com a entrada das importações e da praga do bicudo, reduzimos nossa área de plantio para menos que a metade”, explica José Barbosa Filho, prefeito de Catuti, onde funciona uma UTD. Para o prefeito e produtor, a entrada do algodão geneticamente modificado atualmente aprovado para uso comercial no país, foi o grande aliado para que o norte-mineiro saísse dessa crise. Barbosa explica que, enquanto a produtividade do algodão convencional é de 40 arrobas/hectare, o novo chega a 180 arrobas/hectare.



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