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Veículo: Estado de São Paulo
Seção: Economia
Página: B7

  

Os dados do mercado de trabalho industrial foram amplamente positivos em julho, refletindo o aquecimento do setor no primeiro semestre de 2007. A expansão de 2% no emprego na indústria ante julho de 2006 representou o maior crescimento ante igual mês de ano anterior desde maio de 2005 e completa a seqüência de 13 taxas positivas nessa base de comparação. O aumento foi de 0,6% no número de ocupados ante junho - a maior variação desde abril de 2005 -, de 1,5% no acumulado do ano e de 1,1% em 12 meses. O rendimento dos trabalhadores cresceu na maior parte dos setores e das regiões.  economista André Macedo, da coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disse que o emprego industrial sempre responde com alguma defasagem ao desempenho da produção e, em julho, foi impulsionado pelo maior ritmo da atividade no primeiro semestre. Segundo ele, a trajetória positiva é confirmada pelo índice de média móvel trimestral, considerado o principal indicador de tendência, que mostrou alta de 0,6% na ocupação no trimestre encerrado em julho ante o terminado em junho. As atividades com melhores número de ocupação são as que vêm se destacando na produção, como meios de transporte (8,2% em julho ante igual mês do ano passado, que inclui indústria automobilística, aviões, caminhões) e produtos de metal (8,4%, influenciados pelo desempenho da construção civil). Por outro lado, segmentos que vêm mostrando fraco desempenho na produção, que são mais empregadores, prosseguem reduzindo a ocupação, caso de vestuário (-4,7%) e madeira (-9,4%). Em documento sobre a pesquisa, analistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) consideram lenta a recuperação do emprego, que aumentou 'apenas' 1,5% de janeiro a julho, enquanto a produção industrial cresceu 5,1% no período. Porém, o Iedi destaca que, ainda que pouco, o crescimento do emprego voltou a acelerar em julho em relação a meses anteriores e que São Paulo, maior parque industrial do País, lidera os impactos positivos para a ocupação no setor. A indústria paulista aumentou o número de ocupados em 2,9% em julho ante igual mês de 2006.

RENDA

O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria cresceu 0,9% em relação a junho. Todos os resultados da folha foram positivos: 5,5% ante julho de 2006; 4,6% no acumulado no ano e 3,5% em 12 meses. A expansão da renda ocorreu em todas as bases de comparação, em grande parte dos setores e regiões. Macedo explica que a massa salarial do setor tem impacto positivo da recuperação dos salários, do aumento da ocupação e do ganho real gerado pela inflação baixa.