Notícias

Parte da ind?stria j? admite corte maior de tarifas

Veículo: Valor Econômico
Seção: Nacional
Página: A4

  

A posição do Brasil para a fase de negociações da Rodada Doha que começa no dia 3 de setembro sinaliza flexibilidades, de acordo com fontes que participam de encontros entre o governo e o setor privado. Parte do setor industrial, segundo essas fontes, já admite como 'palatável' uma fórmula de cortes tarifários com coeficiente 23, bem abaixo do coeficiente 30 que o país insistia em ter em Potsdam em junho (quanto mais alto o coeficiente, menor o corte de alíquota). Pelo coeficiente 23, a tarifa média aplicada no país cairia 1,6 ponto percentual ao longo de dez anos, para 9,6%. Resta, porém, o problema de setores mais sensíveis à abertura, como automotivo, têxteis e calçados. Tudo, evidentemente, está condicionado. A negociação em Genebra será retomada na área agrícola e só duas semanas mais tarde na área industrial. Na prática, a posição brasileira na área industrial, que tem peso entre países em desenvolvimento, vai depender do engajamento dos EUA, principalmente, na negociação agrícola.
As perspectivas não são animadoras, a se julgar pela sinalização do Congresso americano, que quer aprovar uma nova lei agrícola garantindo mais subsídios, e não o contrário.
Para fontes do setor, os EUA só teriam como respeitar um acordo na OMC com a manutenção atual de preços altos das commodities, que exigem menos subsídios aos agricultores. Na medida em que os preços caírem, os americanos teriam problemas para honrar compromissos, mesmo se próximos do que o G-20 pede. Além disso, a Argentina tem eleição em outubro, e até lá parece difícil o país aceitar corte maior nas tarifas industriais.



Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar