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Algod?o transg?nico faz produ??o mineira aumentar

Veículo: Agrolink
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Enquanto o mundo todo abre as portas para o algodão transgênico, no Brasil apenas um — resistente a insetos -, de 10 tipos de sementes geneticamente modificadas (GM), foi aprovado. Mesmo considerada por muitos especialistas como ultrapassada, já que a variedade foi criada há mais de 10 anos e utilizada apenas a partir de 2005, esse tipo de semente contribuiu para aumentar a produção nacional, que foi de 8,2 milhões de fardos em 2006, 7,5% a mais que no ano anterior, colocando o Brasil como o 4º maior exportador do mundo. No que diz respeito às áreas cultivadas com sementes GM, Minas Gerais ultrapassou a tendência nacional durante a safra 2006/2007 e chegou em quarto lugar no ranking dos estados que mais utilizaram o algodão transgênico. Enquanto em todo País as sementes GM ocuparam 10% da produção em 1,05 milhão de hectares de área plantada, Minas alcançou 20% do total de 28 mil hectares, o equivalente a 7% a mais que a safra anterior. De acordo com a Emater, só no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba foram colhidos mais de 6 mil toneladas de algodão em 17,2 mil hectares, ou seja, 61,43%% da área total de produção do estado. Essa realidade representou um avanço de 15,4% na produção de plumas em Minas, que chegou a 36 mil toneladas. Uma audiência pública marcada para sexta-feira em Brasília, que vai contar com a participação de grupos que defendem a implantação de produtos transgênicos e outros que a condenam, vai ser o primeiro passo para decidir a liberação comercial de novas variedades de algodão geneticamente modificadas. Se for aprovada, a cotonicultura brasileira terá à disposição sementes tolerantes a dois tipos de herbicidas, o glufosinato de amônio e glifosato, e ainda uma outra variedade resistente às lagartas. Em Minas Gerais, essa aprovação pode significar um aumento de 90% nas áreas ocupadas por algodão transgênico, em apenas dois anos, conforme previsões da Cotton Consultoria. Essa projeção foi um dos assuntos abordados durante o 6º Congresso Brasileiro de Algodão, realizado em Uberlândia. Para o especialista em cotonicultura, Eleusio Freire, no ramo há mais de 35 anos, a expectativa é que pelo menos uma das variedades propostas seja liberada até junho de 2008. Segundo ele, se isso acontecer, as novas sementes serão utilizadas na safra de 2009 e a produção brasileira poderá recuperar os quatro anos de atraso até 2014. 'O Brasil tem uma excelente pro-atividade, mas, com a modernização das algodoeiras e o conseqüente aumento da área e das lavouras, o custo para o produtor se tornou inviável diante dos subsídios transgênicos que os concorrentes internacionais possuem', avaliou. A diretora executiva do Conselho de Informações da Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer, considera a adoção de sementes trangênicas a única alternativa para baixar o custo da produção algodoeira e possibilitar o retorno de investimento do produtor. 'Existe uma resistência ideológica sem nenhum fundamento técnico ou científico comprovado. Na verdade, é uma barreira jurídica e política que impede o avanço de pesquisas benéficas para a economia brasileira', afirmou. O agricultor Robert Newell cultiva algodão transgênico há mais de 10 anos na Austrália, onde 95% da área de produção algodoeira é com sementes geneticamente modificadas. Ele contou que quando fazia o plantio convencional utilizava muitas doses de germicidas. 'Com a adoção do algodão transgênico, diminuímos entre 40% e 50% a utilização de agrotóxicos', acrescentou. A princípio, o produtor separou apenas 30% da área de produção para implantação e teste da eficácia do novo método e hoje tem segurança total na implantação. A escassez e o alto custo dos recursos hídricos na Austrália fizeram com que o australiano decidisse investir em outro país. Depois de uma pesquisa de mercado, ele escolheu o Brasil. Agora ele tem água disponível, mas não tem a tecnologia suficiente. Desde o ano passado, seu filho James Newell administra mil hectares no sul da Bahia destinados ao plantio do único tipo de algodão transgênico aprovado atualmente e acredita no potencial brasileiro. 'O clima é ideal e a terra é plana, o que facilita a utilização de máquinas que podem surgir com os avanços tecnológicos no agronegócio', salientou James Newell. Segundo os australianos, a intenção da família é vender 50% das terras na Austrália e aumentar a área de produção no Brasil. De acordo com o relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), a quantidade de agricultores que adotaram as variedades de GMs chegou a 10,3 milhões, contra 8,5 milhões em 2005. 'Não há dúvidas de que os produtores brasileiros vão aderir a essa tecnologia, porque a maioria deles conhece o procedimento e sabe que é rentável. O que falta é vontade política para que a implantação seja efetiva', concluiu a diretora executiva do Conselho de Informações da Biotecnologia (CIB), Alda Lerayer.


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