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Algod?o MG pode ter at? 90% de algod?o transg?nico

Veículo: Portal do Agronegócio
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Minas Gerais pode ter até 90% de sua área destinada ao cultivo de algodão ocupada com variedades geneticamente modificadas (GM), em dois anos. Essa é a previsão do consultor em agronegócios da Cotton Consultoria, Eleusio Freire. 'Isso deve acontecer caso os impasses que emperram o avanço da biotecnologia no Brasil sejam solucionados ainda esse ano, permitindo a liberação comercial de novas versões transgênicas”, explica. 'Até o momento o País só possui um tipo de algodão GM aprovado, o Bt, resistente a insetos', complementa. O estado, que em agosto sediará a sexta edição do Congresso Brasileiro de Algodão, ocupou o quinto lugar entre as regiões que mais cultivaram a planta transgênica na safra 2005/2006. Ao todo foram 6.5 mil hectares, 20% dos 32,5 mil hectares plantados na região. Apenas os três estados do Centro-Oeste e a Bahia cultivaram mais o algodão GM, no período. De acordo com Freire, dois motivos sustentam o amplo interesse do estado no algodão geneticamente modificado: as variedades transgênicas o produtor mineiro conhece bem os benefícios dos transgênicos; e a cotonicultura da Minas Gerais sofre muito com o ataque de lagartas que, em outros países, são amplamente combatidas por variedades GM ainda não aprovadas no Brasil. Enquanto Minas Gerais aguarda novidades no setor, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) prepara-se para avaliar novos tipos de algodão transgênico. No próximo dia 17 de agosto, a entidade realiza uma audiência pública para discutir a liberação comercial das seguintes variedades: tolerante ao herbicida glufosinato de amônio; tolerante ao herbicida glifosato; e resistente a insetos da ordem Lepidóptera (lagartas). Para Alda Lerayer, diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), não só Minas Gerais, mas todo o Brasil ganhará muito com essas possíveis novas aprovações. “Há vantagens ambientais, econômicas e sociais que devem ser consideradas neste momento pela CTNBio', diz. 'Na próxima década, por exemplo, se a biotecnologia ficar de fora ou for dificultada, calcula-se que os produtores de algodão deixarão de acumular US$ 2,1 bilhões”, completa. Na área ambiental, Alda destaca as informações disponíveis no Guia do Algodão – material informativo lançado recentemente pelo CIB. Segundo dados da publicação, a economia de combustível (diesel) pela diminuição de pulverização poderá ser de até 14.400.000 litros de diesel/ano, dependendo da variedade transgênica adotada na lavoura, o que representa uma significativa redução na emissão de CO2 na atmosfera, estimada em até 100 kg/ha. Outra vantagem econômica está relacionada à redução do volume de água nos pulverizadores, que pode variar de 700 litros/ha a 1.000 litros/ha, também dependendo da variedade utilizada. “Se considerarmos que os algodoeiros transgênicos em poucos anos podem atingir 80% da área cultivada no Brasil, a perspectiva de economia de água poderá chegar a 800.000 m³ de água por ano”, afirma Alda. Outras informações - O consumo mundial de algodão cresceu pelo segundo ano consecutivo, de acordo com estatísticas do Cotton Council International (CCI), atingindo 8,2 milhões de fardos em 2006 – 7,5% a mais que em 2005 - No Brasil, a área cultivada de algodão na safra 2006/2007 foi 22% maior que a anterior, alcançando 1,05 milhão de hectares (10% desse total com variedades transgênicas) - De acordo com o mais recente relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), o plantio de transgênicos no Brasil avançou 22%, de 2005 para 2006, chegando à marca de 11,5 milhões de hectares cultivados - A redução do uso de defensivos agrícolas, de 1996 a 2005, mais os fatores resultantes combinados proporcionam, juntos, a diminuição de mais de 9 milhões de toneladas de emissões de CO2 na atmosfera, o que representa retirar de circulação todos os carros da cidade de São Paulo durante um ano - Mais de 9,3 milhões ou 90% dos agricultores que cultivaram plantações GM no ano passado são pequenos produtores de países em desenvolvimento - Em 2006, a área global de plantações transgênicas cresceu 12 milhões de hectares ou 13%, atingindo 102 milhões de hectares - A quantidade de agricultores que adotaram as variedades GMs em 2006 chegou a 10,3 milhões, contra 8,5 milhões em 2005 - No ano passado, 51 países adotaram as variedades GMs: 22 países cultivaram plantações transgênicas no ano passado, enquanto outros 29 aprovaram a importação de variedades GMs para consumo humano ou animal Algodão GM cultivado no mundo Resistência a insetos - Argentina (1998), Austrália (1996), Brasil (2005), China (2002), Índia (2002), Japão (1997), México (1997), África do Sul (1997) e Estados Unidos (1995) Tolerância a herbicida sulfoniluréia - Estados Unidos (1996) Resistência a insetos e tolerância a herbicida à base de bromoxinil - Japão (1997) e Estados Unidos (1998) Tolerante a herbicida bromoxil - Japão (1997) e Estados Unidos (1994) Tolerância ao herbicida glufosinato de amônio - Austrália (2006) e Estados Unidos (2003) Tolerância ao herbicida glifosato e resistência a insetos - Austrália (2002 e Estados Unidos (2001) Tolerância ao herbicida glifosato - Argentina (1999), Austrália (2000), África do Sul (2000) e Estados Unidos (1995) Sobre o CIB O Conselho de Informações Sobre Biotecnologia (CIB) é uma organização não-governamental, cujo objetivo básico é divulgar informações técnico-científicas sobre biotecnologia e seus benefícios, aumentando a familiaridade de todos os setores da sociedade com o tema. Para estabelecer-se como fonte segura de informações para jornalistas, pesquisadores, empresas e instituições interessadas em biotecnologia, o CIB dispõe de um grupo de conselheiros formado por mais de 70 especialistas – cientistas e profissionais liberais, em sua maioria – ligados a instituições que estudam as diferentes áreas dessa ciência. Visite os sites www.cib.org.br e www.biotecpragalera.org.br . Contatos: Augusto Moraes (11) 3017-5316 (11) 9425-3552 augusto.santos@edelman.com Luiz Silveira (11) 3017-5300 r.243 (11) 8196-4979 luiz.silveira@edelman.com.



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