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Depois da queda em julho, exporta??es voltam a crescer

Veículo: Estado de São Paulo
Seção: Economia
Página: B7

  

Depois da queda em julho, as exportações começam a se recuperar. Na primeira semana de agosto, o País exportou a média de US$ 651,7 milhões por dia, ante US$ 641,8 milhões em julho, um aumento de 1,5%. A alta ocorreu apesar de os embarques de produtos básicos terem recuado 26,6% no mesmo período de comparação. A queda foi compensada pelo aumento de 48,7% nos embarques de semimanufaturados. Com isso, as vendas ao exterior somaram US$ 1,955 bilhão na semana. As importações somaram US$ 1,585 bilhão, resultado num saldo de US$ 370 milhões. No ano, as exportações subiram 15,8% em relação a 2006, mas as importações aumentaram 26,7% e por isso o saldo recuou 5,8%. As exportações seguem fortes a ponto de, na semana passada, o governo ter elevado a sua meta de US$ 152 bilhões para US$ 155 bilhões neste ano. Mas é possível que alguns setores estejam próximos de abandonar as vendas ao exterior por causa do dólar baixo, segundo admitiu o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Meziat. 'E, se é verdade que setores importantes da economia estão chegando ao limite, pode ser que a balança de 2008 seja afetada', disse. As exportações se mantiveram fortes porque muitas empresas encontraram maneiras de contornar o problema do dólar desfavorável. Elas cortaram custos de produção, inovaram no processo produtivo, reajustaram o preço e passaram a exportar para outros países. Para Meziat, a renegociação de preços e os ganhos de produtividade são estratégias que deram certo até agora, mas não poderão ser mantidas indefinidamente. 'Pode ser que, para algumas empresas, o limite já esteja chegando, que já tenham feito tudo o que podiam para minimizar as perdas e não tenham mais condições de manter o dinamismo nas exportações. 'Também a bonança internacional não durará para sempre, alertou o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto. 'Esse é um momento excepcional da economia mundial, não é o padrão', alertou. Ele admite que, até agora, os dados agregados da balança estão fortes e não há uma demonstração cabal do prejuízo do dólar barato. Isso não significa que o processo não esteja ocorrendo de forma silenciosa. 'É uma empresa que deixa de exportar aqui, outra ali', disse. O detalhamento da balança comercial no primeiro semestre mostra que houve queda na venda de alguns produtos, sobretudo de industrializados. Segundo especialistas, o ideal é exportar cada vez mais mercadorias desse tipo, que têm maior valor agregado e o preço não varia tanto quanto o das commodities. Não é, porém, o que está ocorrendo, segundo mostra o detalhamento da balança, cujo dado mais atual é de junho. De janeiro a junho, comparado com o mesmo período de 2006, houve queda de 5,65% na receita com exportações de automóveis. Em quantidade, a queda foi de 13,2%. Houve também retração de 11,02% nas vendas de motores, 26,3% nas de computadores e 15,69% nas de chocolates. Os setores que desde 2004 são apontados como os mais prejudicados pelo dólar - calçados, móveis e têxteis - não esbanjam saúde, mas até conseguiram exportar mais no período, segundo os dados da balança. Houve expansão de 15,56% nas exportações de calçados e couro, de 7,77% nas madeiras e manufaturas e de 0,65% nos produtos têxteis.



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