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Produ??o tem aumento de 4,6% no primeiro semestre

Veículo: Gazeta Mercantil
Seção: Gazeta do Brasil
Página: B12



O Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina deverá crescer 5% este ano, influenciado principalmente pelo desempenho da indústria, que responde por 65% do indicador. Esta é a perspectiva da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), que apresentou ontem um balanço do setor.
No primeiro semestre a produção do segmento foi 4,64% superior ao do mesmo período do ano passado e as vendas 8,18% maiores. O primeiro vice-presidente da Fiesc, Glauco José Corte, afirma que a indústria está se aproximando do desempenho de 2004, que foi o melhor dos últimos anos, quando o PIB estadual cresceu 6,5%. 
Nos seis primeiros meses de 2007 o melhor resultado foi do setor de máquinas e equipamentos, que produziu 12,46% a mais do que no primeiro semestre de 2006 e registrou vendas 13,27% superiores. O segmento de alimentos e bebidas teve a segunda melhor performance, com expansão de 9,74% na produção e de 17,94% em vendas; veículos automotores vêm a seguir, com crescimento de 7,61% em produção e de 9,58% em vendas. 
Os setores que tiveram resultados negativos foram o de vestuário, com queda de 10,39% em produção e de -4,44% em vendas, e o de metalurgia, com -2,89% em produção e -3,66% em vendas.  'A produção industrial medida pelo IBGE em Santa Catarina, que cresceu 4,64%, ficou na média brasileira, atrás dos vizinhos estados do Sul (Rio Grande do Sul cresceu 8,8% e o Paraná, 8,1%), mas à frente de São Paulo, que é o motor da economia brasileira', comenta Corte. Segundo ele, as empresas fizeram trabalho de forte ajuste interno, investiram e modernizaram. 'Também ajudou no desempenho a conjuntura nacional e internacional. O mundo tem crescido a taxas elevadas, um dos maiores ciclos dos últimos anos. No mercado interno temos um crescimento do poder aquisitivo, facilidade de crédito e inflação controlada', comenta o dirigente. Corte afirma que o segundo semestre tende a ser melhor, com as condições sazonais. 
As exportações de Santa Catarina fecharam o primeiro semestre com crescimento de 21,09%, ultrapassando US$ 3,37 bilhões, um pouco acima da média nacional, que ficou em 19,91%. Os números mostram a recuperação das vendas depois do fraco desempenho do ano passado, quando os embarques entre janeiro e junho aumentaram 4,81% sobre o mesmo período de 2005.  O frango foi o grande destaque nas exportações na primeira metade deste ano. Os embarques de carnes e miudezas aumentaram 35,1%, passando de US$ 392,5 milhões entre janeiro e junho do ano passado para US$ 530,2 milhões este ano, enquanto os derivados industrializados de galos e galinhas aumentaram de 85,3%, ultrapassando US$ 123,4 milhões. 
Entre os produtos mais exportados pelas empresas catarinenses, também registraram incremento o fumo (20,3%, com embarque de US$ 213,7 milhões), motocompressores herméticos (10,03%, com embarque de US$ 186 milhões), motores e geradores elétricos (28,38%, embarque de US$ 184,2 milhões) e soja (633,33%, chegando a US$ 173,4 milhões). Dois grupos de produtos que tradicionalmente figuram entre os mais vendidos por Santa Catarina a outros países ficaram praticamente estáveis nesse primeiro semestre: móveis de madeira, que aumentaram 1,94% e ficaram em US$ 153,2 milhões, e carne suína, com US$ 133,7 milhões e incremento de 0,53%.  Dos dez principais destinos dos produtos catarinenses, somente os Estados Unidos registraram retração, entre janeiro e junho, de 7,24%. Mesmo assim, os americanos se mantiveram, com folga, como os principais importadores do estado, com US$ 641,8 milhões, seguidos da Argentina, com US$ 226 milhões e aumento de 26,75%; da Holanda, que registrou o maior crescimento, 77,08%, e chegou a US$ 193,9 milhões; e da Alemanha, com US$ 171 milhões e aumento de 30,55%. 
As importações cresceram mais que as exportações. O incremento na primeira metade deste ano foi de 50,09% sobre o mesmo período de 2006, ritmo semelhante ao registrado no ano passado sobre 2005, de 55,21%.  O aumento das importações em 2007 foi puxado principalmente pela China, que consolidou a posição alcançada em março de maior vendedor para Santa Catarina.
As compras dos chineses praticamente dobraram, de US$ 181,3 milhões, no primeiro semestre do ano passado, para US$ 361,6 milhões em igual período deste ano. Esse incremento, de US$ 180,3 milhões, representa 24,9% do crescimento total nas importações catarinenses no período, que passaram de US$ 1,45 bilhão entre janeiro e junho de 2006 para US$ 2,17 bilhões nos primeiros seis meses de 2007. 
As compras externas catarinenses no primeiro semestre ficaram concentradas em insumos industriais como catodos de cobre refinado (US$ 268,7 milhões e incremento de 104,69%), fios de fibras de poliéster (US$ 78,7 milhões e aumento de 207,52%) e polímeros de etileno (US$ 60,7 milhões e redução de 9,28%). No entanto, a queda na cotação do dólar e o aumento das compras da China já colocam alguns produtos industriais, especialmente eletroeletrônicos, entre os mais importados por Santa Catarina. É o caso dos aparelhos videofônicos de gravação e reprodução, cujas compras externas aumentaram 83,3% na primeira metade deste ano, chegando a US$ 25,8 milhões. 'A importação, a maior parte de insumos, equilibra os custos elevados com a desvalorização do dólar', comenta Glauco Corte. 
Em conseqüência do desempenho de produção e vendas, no acumulado do ano o saldo é positivo em 3,37% na geração de empregos, com 7.128 novas vagas criadas pelo grupo de indústrias pesquisadas. Por setores, os melhores desempenhos no primeiro semestre foram nas indústrias de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2.441 novas vagas), alimentos e bebidas (mais 1.956 pessoas contratadas) e máquinas e equipamentos (mais 981).
No intervalo de um ano o parque fabril catarinense expandiu o emprego em 3,82%, equivalendo a 8.017 contratações. A alta desse período foi verificada nas indústrias de alimentos e bebidas (mais 3.872 empregos), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (mais 3.103) e veículos automotores (mais 1.482).


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