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Com mais importados, com?rcio cresce 9,6%

Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Dinheiro
Página: B3

   

Com mais dinheiro no bolso, melhores condições de pagamento e importados baixando os preços de alguns itens, os brasileiros estão indo mais às compras. O Indicador Serasa de Atividade do Comércio apontou alta de 9,6% no volume de vendas do varejo no primeiro semestre, com relação ao mesmo período de 2006. A expansão foi registrada sobre uma base alta, já que houve crescimento de 5,2% nos primeiros seis meses do ano passado no confronto com igual intervalo em 2005. 'É uma tendência de crescimento de fato, não uma recuperação cíclica', comentou Luiz Rabi, assessor econômico da Serasa. Considerando a série histórica do indicador desde o ano 2000, o melhor desempenho no período até então tinha sido registrado em 2004, com alta de 9,5%. No entanto, como 2003 foi um ano de freada econômica devido à desconfiança dos mercados em relação à eleição do presidente Lula, a base de comparação baixa (-5,6%) torna o crescimento em 2007 ainda mais significativo. O levantamento, que considera as consultas feitas pelas empresas ao banco de dados da Serasa, divide as vendas em duas categorias. O varejo especializado, que inclui veículos, eletroeletrônicos e têxteis, puxou o crescimento, com expansão de 11,9%. Já alimentos e bebidas, que considera supermercados, hipermercados, mercearias, açougues e distribuidoras de bebidas, subiram 7,5%. No confronto de junho com maio, houve queda em todos os três comparativos, mas devido às vendas do Dia das Mães, que têm maior reflexo do que as do Dia dos Namorados. O rendimento médio real da população ocupada, segundo os últimos dados do IBGE, teve alta de 3,9% em maio, no comparativo com o mesmo mês em 2006. Esse aumento beneficia os dois segmentos, mas o varejo especializado sai na frente com o fôlego extra dado pela expansão da oferta de crédito, a queda dos juros e o alongamento dos prazos de pagamento.
Importados
Os produtos importados também estão impulsionando a demanda interna, ocasionando a redução nos preços de alguns itens do varejo. Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) considerando o período de janeiro a maio deste ano, no confronto com o mesmo intervalo em 2006, mostrou que, no setor de alimentos e bebidas, as importações cresceram 9,5%, contra 4,8% da produção nacional. Já em veículos, houve alta de 19,9% nas importações, e 8,1% na produção nacional. No setor de vestuário e acessórios, o efeito da desvalorização do dólar, em relação ao real, é ainda mais evidente. Embora as importações tenham crescido 29,4%, a produção nacional ficou quase estável (0,3%). O consultor Alberto Serrentino, da Gouvêa de Souza & MD, especializada em varejo, lembra ainda que, além de disputar a preferência do consumidor, os importados ajudam a segurar os preços dos produtos nacionais, numa concorrência acirrada que beneficia as vendas do varejo. Para o consultor Eugênio Foganholo, da Mixxer, todos esses fatores indicam que a tendência para o resto do ano 'é que o varejo continue bastante aquecido' e o endividamento só deve começar a preocupar no início do próximo ano. Além dos indicadores concretos, Fonganholo afirma que o cenário econômico favorável traz uma percepção de estabilidade no emprego, o que ajuda a alavancar o consumo. 


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