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Setor t?xtil ? contra eleva??o da tarifa de importa??o

Veículo: Di?rio do Com?rcio
Seção: Economia
Página: 01

  
A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), que reúne redes de grande porte, como Renner, Marisa, C&A, Wal-Mart e Luigi Bertolli, manifestou ontem sua posição contrária à elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 20% para 35% para os artigos de vestuário. A medida tem o objetivo de conter as importações, especialmente as dos países asiáticos. O presidente da Abeim, Sylvio Mandel, argumentou que o rejuste acarretará aumento nos preços pagos pelo consumidor final. Ele considerou que a indústria brasileira não está preparada para suprir o grande varejo com tecidos de fios especiais, que possam contemplar o que ele define como uma exigência do consumidor atual. "Só conter a importação não ajuda a indústria daqui a ter equipamentos de grande porte e poder fabricar esses materiais", contestou. A vigência da nova tarifa, anunciada pelo governo em abril passado, ainda depende da concordância dos demais países membros do Mercosul. A expectativa é de que o aumento da TEC seja ratificado pelos parceiros ainda em junho. Hoje, segundo a Abeim, o abastecimento das redes associadas à entidade é feito em grande parte pela produção têxtil local - de 90% a 92%. As importações - de 8% a 10% - vêm em maior volume da China, mas também da Bolívia, Peru, Índia, Paquistão e Vietnã, explicou o executivo. "A China representa o maior volume, porque tecnicamente é muito evoluída (em acabamentos e desenvolvimento de fios). A Associação é favorável à importação, porque a necessidade interna não é atendida", enfatizou Mandel. Pesquisa - A argumentação da entidade é sustentada pelo Estudo do Consumo Aparente de Vestuário no Brasil, feito pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi). O trabalho, apresentado ontem à imprensa, mostra que as importações representaram, no ano passado, 3,4% de toda a produção comercializada pelo varejo. "O que assusta a indústria é a velocidade desse crescimento", explicou o sócio-diretor do Iemi, Marcelo Prado. Em 2003, esse percentual era de 1,3%.
O estudo do Iemi mostra que as importações do mercado asiático estão concentradas em produtos de inverno (jaquetas e artigos de malharia). "A indústria brasileira não tem escala. Ela nasceu para atender ao mercado interno e tem dificuldade para suprir as grandes redes", disse.


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