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Com um p? no agroneg?cio

Veículo: Revista Anu?rio Exame Agroneg?cio
Seção: T?xtil e Vestu?rio
Página: 134

 

A São Paulo Alpargatas é o maior conglomerado de produtos têxteis e vestuário do país. Seu portfólio é formado por 12 marcas e centenas de produtos que incluem tênis, chuteiras, sapatos e roupas. A grande estrela da empresa, claro, é a Havaianas, sandália vendida em mais de 80 países e responsável por metade do faturamento da companhia -- que no ano passado chegou a 1,5 bilhão de reais. A empresa tem também forte ligação com o agronegócio, sendo a maior fabricante de lonas para caminhões do Brasil. Em 2006, a marca Locomotiva, da Alpargatas, vendeu 16 milhões de metros quadrados do tecido, uma alta de 14% em relação ao ano anterior -- graças a esse desempenho, a empresa conquistou a primeira posição no setor têxtil e vestuário. Hoje, graças ao desempenho da Locomotiva, a companhia é responsável por 60% de um mercado que atingiu faturamento de 125 milhões de reais no ano passado. "A Alpargatas é reconhecida pela força de suas marcas e produtos, como a Havaianas", afirma Marcio Utsch, presidente da empresa. "Mas temos uma enorme tradição no mercado de tecidos industriais." A divisão de tecidos industriais surgiu um ano após a fundação da empresa, em abril de 1907. Batizada à época de Encerado, ela produzia lonas de algodão usadas no processo de secagem dos grãos de café. Em pouco tempo, o produto ficou popular e passou a ser usado também para cobrir as cargas transportadas por trem -- surgia, assim, a marca Locomotiva. Nos anos 70, acompanhando uma tendência do mercado mundial de tecidos, a Alpargatas inovou ao lançar uma lona sintética feita do plástico PVC. Hoje, a Locomotiva tem uma gama de 30 produtos, fabricados por 400 funcionários que dão expediente em duas fábricas: em Pouso Alegre, Minas Gerais, e em Manaus, capital do Amazonas. Em 2007, a Locomotiva espera continuar crescendo -- a expectativa é que as vendas da empresa aumentem 6% no período. A alta será puxada principalmente pelo setor sucroalcooleiro. Outra aposta da empresa é nas exportações. Apesar da recente queda na cotação do dólar, que diminui a competitividade dos produtos brasileiros, os diretores da Locomotiva esperam que o aquecimento das economias americana e européia aumente as exportações em 15%. Para completar, a empresa lançou nos últimos meses, no varejo, uma linha de produtos com a marca Locomotiva que inclui bolsas, mochilas, jaquetas, persianas, entre outros itens. Somados todos esses fatores, a expectativa é que no fim do ano as vendas cheguem a 17 milhões de metros quadrados de lona. No Brasil, nenhuma empresa faz sombra à liderança da Alpargatas nessa área. A maior concorrente é a TMD Friction, dona da marca Cobreq. Mas sua produção é 60% menor que a da Locomotiva. O grande adversário vem de fora do país. Um estudo realizado pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção revela que as importações de tecidos aumentaram 44% nos cinco primeiros meses de 2007, chegando a 944 milhões de dólares. A Índia, segunda maior produtora de algodão do mundo, é apontada como a principal ameaça. De olho na concorrência estrangeira, a Locomotiva já preparou um contra-ataque para não perder o primeiro lugar do mercado. "Precisamos nos destacar nos mínimos detalhes, como o acabamento", afirma Cícero Barros, diretor da área de tecidos da Alpargatas. "O nosso exercício diário é correr atrás de algo que os nossos concorrentes não têm."


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