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A estilista que veio do Sul

Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Ilustrada
Página: E6

Criadora da Colcci, uma das grifes de moda jovem de maior sucesso comercial no Brasil, a estilista Lila Colzani briga agora por um espaço no restrito clubinho fashion brasileiro. Em junho, ela lançará a Stereo, sua nova marca, também dedicada ao público jovem. Na nova fase, a designer vai bater de frente com o seu passado. "Agora, eu e a Colcci seremos concorrentes, mas com estilos diferentes", afirma. Lila criou a Colcci quando tinha 21 anos, em 1986. Sob os cuidados da estilista, a grife foi um sucesso instantâneo e chegou a ter 200 franqueados no país, no final dos anos 90. Em 2000, ela vendeu a marca para o poderoso grupo catarinense AMC Têxtil, também dono da Sommer. A AMC Têxtil transformou a Colcci num colosso, com faturamento anual de cerca de R$ 300 milhões. Lila continuou como diretora de estilo da marca até outubro do ano passado, quando pediu demissão e começou a arquitetar outros projetos. Ela passou a ser, também, consultora de estilo da Hering, onde remodelou as clássicas camisetas lisas da empresa e está ajudando a criar novas linhas de roupas. A estilista, que vivia em Brusque (SC), mudou-se para São Paulo no início do ano, instalou-se nos Jardins e está refazendo toda a sua vida. "Sei que não sou tão conhecida aqui como no Sul. Estou começando do zero novamente", ela diz. "Agora tudo é novo para mim: a cidade, o marido e até o cachorro." O novo marido é o modelo Thiago Volpato, de quem ela está grávida. O primeiro filho do casal, Pedro, chega em julho. Com 1,81 m de altura, 60 kg, 40 anos, loira, jovial e charmosa, Lila faz bonito até mesmo ao lado de Gisele Bündchen, com quem costumava entrar na passarela, ao final dos desfiles da Colcci -grife para a qual a top desfila com exclusividade no Brasil. Fashionistas já chegaram a dizer, com certa razão, que elas poderiam ser irmãs. Com a Stereo, Lila diz que pretende retomar idéias que não teve tempo nem oportunidade de implementar nos seus últimos anos na Colcci. "Quero fazer uma roupa para jovens com informação de moda." Segundo ela, desacordos com a AMC Têxtil a impediram de dar à Colcci o salto de sofisticação que ela gostaria. "A Stereo seguirá o rumo que a Colcci poderia ter tomado se eu tivesse tido mais liberdade criativa. A Colcci acabou ficando apelativa e repetitiva. Tive que refazer um mesmo vestidinho de malha com aplicações de paetês várias vezes", conta. Por enquanto, a Stereo não terá uma loja. Na próxima semana, a estilista define o lugar nos Jardins que vai abrigar o showroom da grife. "A loja virá mais tarde. Quero começar com o pé bem no chão", diz ela.


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