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Missoni mantém gestão e design nas mãos da família

Veículo: Valor Econômico
Seção: Empresas
Página: B4

A sobrevivência de uma marca de luxo está na manutenção de sua tradição, define o diretor executivo da marca italiana Missoni, Vittorio Missoni. E isso a grife de tricôs criada por seus pais Ottavio e Rosita Missoni, há 54 anos, tem de sobra. A empresa conseguiu criar uma imagem forte, independente das flutuações da moda. A Missoni é sinônimo de tricôs multicoloridos, cujo estampado em listras horizontais ou ziguezague é imitado por grifes do mundo todo. Vittorio está em São Paulo para participar do seminário Fashion Market, em que apresenta hoje a palestra "Tradição e Modernidade", que narra os desafios da grife de roupas que ainda mantém gestão familiar. "Nós não temos um John Galliano (estilista da Dior) para criar nossas roupas. Temos Missoni fazendo as roupas da Missoni", afirma Vittorio. Está nas mãos de Angela, sua irmã, a direção criativa da grife. E isso manteria intacta a "alma" da empresa. Outro segredo é seguir fazendo o melhor do mesmo. "Podemos fazer um belo vestido todo azul. Mas não é isso que os consumidores querem comprar de nós." Ottavio e Rosita começaram a fazer seus tricôs num cômodo da casa, em Gallarate, na Itália. Ao usar novos padrões e texturas, exagerando nas cores, criaram uma marca registrada - mantida mesmo quando, como agora, a moda elege preto e cinza como as cores da estação. "Continuaremos usando muitas cores. Até agora, têm funcionado." Hoje, a empresa, que faturou 135 milhões de euros em 2006, é dirigida pelos filhos de Rosita e Ottavio. Além de Vittorio e Angela, há Luca, que cuida da linha masculina. A marca vende ainda objetos para casa, bolsas, calçados, perfumes, bijuterias e óculos. A presença da grife no Brasil ainda é pequena. São poucos pontos-de-venda, entre eles, a Daslu e a NK Store, em São Paulo. "Estou satisfeito com o mercado brasileiro e acredito que podemos crescer muito", afirma Vittorio. "Temos consumidores brasileiros que compram muito em Nova York, Paris e Milão." Segundo o executivo, a grife mantém uma distribuição seletiva, mesmo estando presente quase no mundo todo. São 14 lojas próprias, nas principais capitais européias e americanas, e 11 franquias, principalmente no Oriente. Somente os EUA respondem por 20% das vendas. Na América Latina, a Missoni só está presente no Peru e no Brasil, em multimarcas. Recentemente, a inglesa Burberry anunciou a transferência de sua produção de camisas pólo para a China. Segundo Vittorio, a produção da Missoni não sairá da Itália - ao menos por enquanto . "A alta qualidade é muito importante para nós", diz. E o "made in Italy" ainda é sinônimo de sofisticação. Seguindo uma tendência das grifes de luxo, como Armani e Diesel, a Missoni está investindo em uma rede de hotéis com seu nome. O objetivo é reforçar a imagem glamourosa da marca. As três primeiras unidades, no Kuat, em Edimburgo e em Glasgow, devem ficar prontas em 2008. Há projetos para abrir outras em Paris e Milão.


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