Notícias

Governo vai aliviar setor têxtil e de confecção

Veículo: Estado de São Paulo
Seção: Economia
Página: B3

O governo estuda uma série de medidas para aliviar o setor têxtil e de confecções, que sofre os efeitos da forte valorização do real frente ao dólar, segundo informou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP). Uma delas prevê desoneração tributária, que compense o aumento da carga resultante da mudança do regime de tributação da Cofins e do PIS. Outra medida em análise é a elevação da tarifa externa comum (TEC) dos atuais 20% para 35%. A balança comercial do primeiro trimestre deste ano reflete o forte crescimento das importações e a redução das exportações. De janeiro a março, as importações do setor atingiram US$ 697,2 milhões e as exportações ficaram em US$ 525,2 milhões, com saldo negativo de US$ 172 milhões. No mesmo período do ano passado, o saldo do setor foi positivo em US$ 24,9 milhões, com exportações atingindo US$ 528,9 milhões e importações ficando em US$ 504,1 milhões. Essa “virada” coincide com a forte valorização do real dos últimos meses. As projeções do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) mostram que, se a tendência dos primeiros meses for mantida, o déficit comercial do setor têxtil e de confecção poderá superar US$ 890 milhões este ano, com exportações totais abaixo do valor registrado em 2006. Na terça-feira, em entrevista ao Estado, o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, disse que só na cadeia de vestuário foram demitidas cerca de 200 mil pessoas. Ele culpou a valorização cambial pela situação. Em sua opinião, o dólar barato resulta dos juros excessivamente elevados praticados pelo Banco Central. No dia seguinte à entrevista, Almeida deixou o governo. Mercadante disse que está preocupado com a situação do setor, que é grande empregador. Para ele, a mudança da tributação da Cofins e do PIS, que deixaram de ser cumulativos para incidir sobre o valor agregado, resultou na elevação da carga do setor em torno de 4%. “É preciso fazer uma mudança tributária que resolva esse problema”, afirmou. O senador petista quer também que o governo aumente a fiscalização alfandegária sobre as importações de tecidos e roupas. “Há, atualmente, um nível inaceitável de contrabando”, disse. Em 2006, segundo Mercadante, a China registrou venda de 37 mil toneladas de produtos têxteis e confecções ao Brasil, mas as informações da alfândega brasileira dão conta apenas de 22 mil toneladas. No triênio 2004/2006, a diferença entre o que foi registrado pelas alfândegas da China e do Brasil foi de 42 mil toneladas.


Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar