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Máquina têxtil mira mercado latino para crescer 20%

Veículo: DCI
Seção: Indústria
Página: A6

A indústria brasileira de máquinas têxteis prevê para este ano crescimento de 20% no volume de exportações, negócio que movimentou US$ 100 milhões em 2006. Mesmo com câmbio desfavorável e a acirrada concorrência imposta pelos produtos chineses, que chegam ao País com valor 30% inferior ao dos similares nacionais, os fabricantes de bens de capital foram atrás de novos negócios no exterior e conseguiram alcançar posição de destaque no mercado latino-americano. A Ivomaq, fabricante de máquinas têxteis para produção de peças de couro, perdeu participação no mercado interno para a China, que, junto a outros países é responsável por 36% das vendas feitas no Brasil. Para conseguir aumentar sua produção e atingir o crescimento previsto, a empresa decidiu investir nas vendas externas. As exportações da companhia para a América Latina subiram 15% em 2006, comparando-se com o ano anterior. A empresa comercializa principalmente com Argentina, Colômbia, Equador e México. Para 2007, a Ivomaq pretende aumentar a participação das vendas para o exterior para 30% por meio de novos contratos nestes países. “Contamos com as feiras internacionais para pulverizarmos clientes”, diz Márcio Moraes, gerente de Marketing da Ivomaq. Segundo o executivo, a empresa vai aumentar em 20% a quantidade de máquinas produzidas este ano para conseguir atender com eficiência ao aumento dos pedidos. A Polisul, fabricante de máquinas para malharias, também prevê crescimento das exportações para a América Latina neste ano. Hoje, as vendas externas representam 15% da produção da empresa, mas este número deve crescer em torno de 20%, impulsionado pelo aquecimento dos países latino-americanos. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), as exportações para a América Latina foram as que mais contribuíram para o crescimento do setor em 2006. A exportação para a Venezuela aumentou 39,9%, de US$ 201 milhões para US$ 282 milhões. Em seguida, vem a Colômbia, que registrou aumento de 29,9%, atingindo US$ 172 milhões. As vendas para a Argentina passaram de US$ 797 milhões para US$ 979 milhões, aumento de 22,9%. Por fim, as vendas externas para o Peru evoluíram 16,4%, chegando ao valor de US$ 164 milhões. A indústria de máquinas e equipamentos têxteis trabalha atualmente com a utilização de 83,64% da capacidade instalada, uma das maiores do setor. Em 2007, a associação prevê um bom desempenho para o segmento, que deve ser impulsionado pela demanda dos fabricantes têxteis dos países latino-americanos. O crescimento deve ser de 20%. De acordo com Newton de Mello, presidente da Abimaq, mesmo com o problema da valorização da moeda brasileira, os fabricantes nacionais estão investindo no comércio exterior, pois as novas oportunidades de mercado estão fora do País. Otimismo no Paraná No Paraná, o setor têxtil também vive um momento de otimismo. A marca paranaense de jeans e malhas Lado Avesso aumentou em 60% o volume de vendas da produção de inverno, o que deve resultar em um faturamento 15% maior em comparação ao ano passado, quando o resultado chegou perto de R$ 60 milhões. O desempenho mostra o bom momento do setor de vestuário, que espera para 2007 um crescimento de pelo menos 15%. A aposta das empresas é no reconhecimento das marcas próprias, já que a indústria paranaense é conhecida como produtora de marcas de terceiros. Com a fabricação para grandes marcas, como Zoomp e Hugo Boss, entre outras, as indústrias do estado ‘conseguiram experiência’ e desenvolveram seus próprios processos de qualidade, conforme Antônio Fernandes Recco, presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário (Sindvest), de Maringá. A empresa Recco, a maior do ramo de lingerie do estado, começou neste ano a exportar para o mercado europeu. A própria Lado Avesso, que tem como clientes Siberian, Makenji, Villa Romana e Renner, está investindo em coleções próprias. “As nossas estilistas embarcaram nesta semana para a Europa, para pesquisar as tendências para as coleções de verão”, comenta o vice-presidente da empresa, Leandro César Falleiro. A estimativa do Sindvest é de que 50% das indústrias do estado já trabalham com marcas próprias. A Federação da Indústria (Fiep) registra uma movimentação de quase R$ 3 bilhões no setor por ano.


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