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Têxtil demite 150 mil ao ano

Veículo: Estado de Minas
Seção: Economia
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Nichos específicos, como roupas de moda, eventos e promoções são alguns segmentos nos quais a China tem dificuldades para emplacar vendas. "Esses segmentos exigem uma agilidade maior da indústria e o prazo nem sempre é cumprido pelos chineses. Além disso, quando há um problema na mercadoria entregue, não há como retornar o produto", afirma Flávio Roscoe, presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis e de Malhas de Minas Gerais e diretor regional da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). É preciso levar em conta, no entanto, que a indústria têxtil é uma das grandes prejudicadas com a invasão chinesa. Todos os meses desembarcam toneladas de tecidos e roupas chinesas no Brasil, que chegam a custar até sete vezes menos que o produto fabricado aqui. Com menos fôlego, a indústria brasileira perde vendas e tende a demitir. "O Brasil tem perdido cerca de 150 mil empregos ao ano em função da importação de produtos chineses. As perdas são grandes, pois competimos no mercado interno e externo", diz Roscoe. A fábrica mineira Vamp Moda Praia e Academia produz biquínis e roupas de ginástica e sofreu menos com a invasão chinesa. No ano passado as vendas da empresa cresceram 10% em relação a 2005. "A nossa moda é mais especializada. O biquíni brasileiro é um objeto de desejo mundial. E a roupa de ginástica deles é diferente da nossa. Não tem a mesma beleza", diz Ângelo Rabello, diretor da Vamp. Em 2003 e 2004, as malharias de Monte Sião, no Sul de Minas, foram duramente prejudicadas com a concorrência da China. Diversas redes de grande porte cancelaram as encomendas das fábricas mineiras e começaram a comprar dos chineses. No ano passado, as magazines retomaram as encomendas nas fábricas do estado. "Os lojistas ficavam restritos a um prazo de entrega dos chineses que , muitas vezes, era comprometido. Além disso, eles não conseguem cumprir com a demanda completa de cor e tamanho", diz João Tadeu Machado, presidente da Associação Comercial e Industrial de Monte Sião.


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