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Empresas planejam ampliar importações da China

Veículo: Valor Econômico
Seção: Brasil
Página: A4

Quase metade das indústrias que importam matéria-prima da China pretendem aumentar essas compras nos próximos seis meses. Nesse universo, dois setores destacam-se: farmacêutico e material eletrônico e de comunicação. Essa é uma das conclusões da pesquisa Sondagem Industrial, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em janeiro. Foram ouvidos 1.581 empresários, sendo que 1.367 são executivos de pequenas e médias indústrias. Os números da balança comercial, influenciados pela valorização da moeda brasileira, indicam que a importação de produtos chineses vem aumentando sensivelmente. Em 2006, essas compras foram 49,2% maiores que as de 2005, totalizando US$ 7,98 bilhões. Nos dois primeiros meses deste ano, as compras de mercadorias chinesas foram 52,5% maiores que as do mesmo período do ano anterior, chegando a US$ 1,49 bilhão. Outro ponto que merece destaque na pesquisa da CNI é a estratégia dos industriais para enfrentar a concorrência chinesa. Redução de custos e investimento na qualidade foram as alternativas que tiveram maiores escolhas. Para o economista Flávio Castelo Branco, isso revela que as indústrias procuram posição mais agressiva nessa competição que é inevitável. "Os empresários sabem que não é possível contar apenas com protecionismo tarifário ou medidas de defesa comercial", admitiu. A Sondagem Industrial especial sobre os impactos da concorrência chinesa também mostrou que 26% das empresas do setor concorrem com produtos chineses no mercado doméstico. Mas no exterior a competição é ainda maior. Mais da metade das indústrias brasileiras que realizam vendas externas têm de enfrentar empresas chinesas. Desse choque, o resultado não tem sido bom para os produtores nacionais. Segundo a CNI, 52% das indústrias perderam espaço no mercado brasileiro. No exterior, 58% perderam clientes. No grupo das pequenas e médias empresas, 7% desistiram de exportar. Nas grandes, essa postura foi de apenas 2% do total. As respostas obtidas pela CNI mostraram que a concorrência chinesa é mais localizada em quatro setores: têxtil, vestuário, equipamentos hospitalares e de precisão e calçados. No caso das têxteis, 75% delas informaram que perderam participação no mercado interno. Para as de vestuário, esse percentual cai para 66%. A estratégia de produzir na China ou contratar naquele país parte da produção é restrita às grandes empresas. Mesmo nessas, 7% já têm fábrica própria na China e 3% têm esse plano. Quanto à terceirização, 5% delas já fazem isso e 4% pretendem fazer. A transferência para produzir na China ainda é restrita a quatro setores: veículos automotores, máquinas e materiais elétricos, minerais não metálicos e produtos de metal. Um terço das respostas que revelam terceirização na China está em três segmentos: têxtil, vestuário e produtos de metal.


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