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China afeta mais de 50% das empresas, diz estudo da CNI

Veículo: Folha de São Paulo
Seção: Dinheiro
Página: B2

Mais da metade (52%) das empresas brasileiras que concorrem com a China registra queda nas vendas no mercado interno, e 58% das que competem com a potência internacionalmente já perderam clientes para os chineses. Do total de empresas brasileiras, a concorrência com a China afeta uma em cada quatro companhias nacionais. Essas são as principais conclusões de sondagem especial que será divulgada hoje pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). De acordo com o trabalho, o mais completo realizado até hoje sobre os efeitos da concorrência com a China, os setores industriais mais atingidos são têxteis, vestuário, equipamentos hospitalares e de precisão e calçados. No setor têxtil, 72% registraram concorrência com produtos chineses, e, nos demais, mais de 50%. Três em cada quatro empresas têxteis tiveram perdas de participação no mercado interno, e 23% apontaram quedas significativas. O presidente da CNI, Armando Monteiro, diz que o trabalho deve ser visto como uma espécie de advertência para o Brasil. "O país está perdendo espaço de forma acelerada na briga com a China", diz ele. "O Brasil tem que ter pressa para não ficar para trás." Monteiro acha que, em primeiro lugar, as empresas têm que se esforçar, cada vez mais, para reduzir os seus custos. Mas não é só isso. Ele acha que o Executivo e o Legislativo têm que avançar na agenda para a redução do "custo Brasil", além de adotar medidas mais duras para evitar o comércio ilegal. "Esse quadro afeta diretamente o nosso PIB." Os efeitos da concorrência com a China são preocupantes. De acordo com o estudo da CNI, do total de empresas brasileiras que registraram vendas ao exterior, 54% delas sofrem a concorrência dos produtos chineses internacionalmente. Já em relação às que competem diretamente com a China, 58% tiveram perdas de clientes no mercado internacional, 6% pararam de exportar em razão dessa concorrência e 36% mantiveram ou aumentaram o número de clientes. Entre as empresas que pararam de exportar, destacam-se as dos setores de vestuário, couros e calçados. Pelo menos uma em cada cinco firmas dessas áreas deixaram de exportar por conta da concorrência com a China. Em contrapartida, as empresas de papel e celulose e de química mantiveram parte expressiva dos clientes.


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