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Balança têxtil fica negativa em fevereiro

Veículo: Gazeta Mercantil
Seção: Indústria
Página: C4

As exportações brasileiras de produtos têxteis e de confecções totalizaram US$ 175,1 milhões no mês de fevereiro, um acréscimo de 6% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando alcançaram US$ 165,2 milhões. As importações aumentaram 28,6% e passaram de US$ 163 milhões para US$ 209,7 milhões no mês passado, o que resultou em um saldo comercial negativo de US$ 34,6 milhões em fevereiro. O diretor superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, prevê que o déficit da balança comercial do setor neste ano deverá ficar entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão. No ano passado, a indústria têxtil ficou deficitária em US$ 60 milhões e em 2005 teve superávit de US$ 684 milhões. "Esse cenário se deve à política equivocada de apreciação da moeda, que causa uma deformidade na estrutura competitiva do País", informou Pimentel. Apreciação do real De março de 2004 até dezembro de 2006 houve uma apreciação de 38% do real em relação a moeda americana, conforme Pimentel. A Abit defende a adoção de medidas como a desoneração tributária, realização de acordos internacionais e intensificação ainda maior da fiscalização das importações ilegais para que o setor volte a crescer. O executivo observou que o setor poderá perder cerca de 200 mil postos de trabalho neste ano. "O governo federal está cometendo um crime social cambial por permitir essa apreciação do real sem nenhum ganho para o País e despejar trabalhadores na rua", disse. O presidente da Abit informou que metade das importações de produtos têxteis chega ao País por cerca de US$ 3 o quilo, grande parte da China, montante que não paga nem a matéria-prima aplicada na produção. O preço médio do produto importado caiu 8,8% em fevereiro, passando de U$ 9,43 para US 8,60, invertendo tendência de alta verificada em outubro do ano passado, quando a fiscalização nos portos e aeroportos foi intensificada. Na ocasião, o preço médio atingiu US$ 11,77. "Não dá para concorrer com essa taxa de câmbio, juros, carga tributária e ilegalidade. Não há moda e design que resista", afirmou. Queda de 3,7% do PIB O departamento de economia da Abit indica que haverá queda de 3,7% no Produto Interno Bruto (PIB) têxtil e de confecção em 2006. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado a produção industrial cresceu 1,57% no setor têxtil e caiu 5% no vestuário. Segundo a Abit, 62% do Produto Interno Bruto têxtil é oriundo das empresas do ramo de confecção.


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