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Indústria cresce no Nordeste e recua no Sul

Veículo: Estado de São Paulo
Seção: Economia
Página: B6

O contraste que sempre marcou as economias do Sul e do Nordeste do País prosseguiu em 2006, mas a novidade é que, dessa vez, foram os nordestinos que exibiram melhor desempenho. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção industrial nas diferentes regiões mostram que, enquanto os Estados do Nordeste cresceram acima da média nacional, o Sul amargou desempenhos medíocres, prejudicado pela crise agrícola. A economista da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes, destaca que os resultados do Nordeste foram impulsionados pelos crescimentos significativos em segmentos produtores de commodities como siderúrgicos, metalúrgicos e celulose, além de segmentos mais vinculados à renda - beneficiando-se dos programas de transferência de renda do governo -, como o de minerais não metálicos, voltado para construção civil. Análise do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que, em 2006, o "determinante central" do dinamismo das indústrias que cresceram acima da média do País (2,8%), como as de Pernambuco (4,8%) e da Bahia (3,2%) foi o "boom" de demanda e preços internacionais de commodities, que impulsionou os bons resultados de segmentos da indústria extrativa (minério de ferro, petróleo), além de setores da indústria de transformação como metalurgia e siderurgia, refino de petróleo e produção de álcool. Segundo o IBGE, a indústria baiana teve o desempenho ancorado em commodities como celulose e papel (18,6%). Em Pernambuco, o principal impacto positivo foi dado por borracha e plástico (27,7%). Além de Bahia e Pernambuco, apresentaram bons desempenhos em 2006 a Região Nordeste como um todo, com expansão de 3,3% e, especialmente, o Ceará (8,2%). A indústria cearense foi, segundo o economista do Iedi, Edgard Pereira, a única com desempenho acima da média nacional que "não teve o dinamismo ancorado nos setores já citados". Os destaques em 2006 no Ceará foram máquinas, aparelhos e materiais elétricos (71,9%), têxtil (11,5%) e produtos químicos (31,8%). Os Estados da Região Sul, por sua vez, foram, segundo Isabella, prejudicados pela crise agrícola e, ainda, pelos problemas da gripe aviária. O Rio Grande do Sul foi a única região, entre as 14 pesquisadas pelo IBGE, a registrar em 2006 a segunda queda anual consecutiva na produção, de 2%, após uma queda de 3,6% em 2005. Já no Paraná, houve queda de 1,6%, com efeitos do câmbio em veículos automotores (-20,5%) e madeira (-12,7%). E Santa Catarina teve crescimento de 0,2%, bem abaixo da média nacional. Segundo Isabella, o desempenho de minerais não metálicos reflete com clareza como os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, beneficiaram o Nordeste, enquanto não tiveram o mesmo efeito no Sul. A produção desses itens, voltados à construção civil, cresceu 7,3% no Nordeste. Por outro lado, caiu 4,8% no Paraná e 3,5% em Santa Catarina. Números 2,8% foi a média de crescimento da indústria no País no ano passado 3,3% foi o índice do Nordeste em 2006 8,2% foi o crescimento da indústria no Ceará no ano passado 2% foi a queda da produção industrial no Rio Grande do Sul, em 2006


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