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Rhodia exporta mais e fábrica de fios opera quase no limite

Veículo: DCI
Seção: Indústria
Página: A4

Depois de uma bem-sucedida investida no mercado colombiano, com um acréscimo de 30% nas exportações para o país em 2006, a Rhodia Fios Têxteis parte para o México disposta a replicar o feito. Já com a capacidade de sua fábrica de fios em Jacareí, interior de São Paulo, próxima do limite, a companhia terá que elevar a produção já este ano caso obtenha no México resultados semelhantes aos da Colômbia, segundo Francisco Ferraroli, diretor da área de fios têxteis da Rhodia . Além disso, um possível efeito em cascata do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) pode pressionar ainda mais a capacidade produtiva da unidade de fios da companhia, diz. A fábrica de Jacareí tem capacidade produtiva de 25 mil toneladas de fios por ano e a exportação tem sido a grande responsável pelo incremento do volume de vendas, que se aproxima da capacidade de produção da companhia. Dados preliminares da Rhodia indicam que, enquanto o mercado doméstico permaneceu estável em 2006, as exportações cresceram 30% alavancadas principalmente pela ampliação das vendas na Colômbia. Agora, dentro de quinze dias, Ferraroli vai para o México iniciar o mesmo trabalho de "catequese" feito na Colômbia em 2006. "Existe uma tendência de utilizar os fios de poliamida somente em tipos de roupas muito específicos, como as esportivos, mas vamos provar que o fio e seus tecidos são versáteis", afirma Ferraroli.Acompanham o diretor em sua peregrinação técnicos e profissionais especializados no assunto com diversas amostras de tecidos e confecções. "O México é o quarto maior fabricante de tecidos hoje mas nossa participação no país é modesta. Vamos mudar isso este ano", aposta o diretor da área. O objetivo da companhia é reduzir o índice de dependência do mercado brasileiro e reduzir as flutuações no negócio, atualmente à mercê do humor da economia nacional. A estratégia da Rhodia Fios Têxteis ainda inclui a inserção em mercados menos maduros e que apresentam taxas de crescimento maiores na América do Sul. Entre esses países, a companhia está investindo para aumentar sua participação no Chile e Equador. No momento, a Rhodia Fios Têxteis participa de uma feira de tecidos na Colômbia, a Colombiatex em de Las Américas em Medellín, com a sua marca para fios, a Amni. "Os fabricantes já nos conhecem e nos veêm como parceiros", comemora Ferraroli. O país vizinho tem apresentado muito dinamismo econômico. Em 2006, o crescimento do Produto Interno Brito (PIB) colombiano foi de cerca de 6% sendo que o setor têxtil normalmente responde rapidamente a esses bons momentos econômicos, explica o diretor: "Fechamos os olhos para as dificuldades em decorrência do câmbio valorizado, decidimos não frear as exportações mesmo com certo sacrifício para aproveitar o momento. O ambiente colombiano para o setor de fios e tecidos é muito parecido com o brasileiro há 10 anos atrás, segundo avaliação de Ferraroli, e está em pleno desenvolvimento". O país conclui um acordo de exportação preferencial de tecidos para os Estados Unidos, país com maior mercado consumidor do mundo. O acordo - sonho dos industriais têxteis brasileiros - porém, deve deixar de fora fabricantes de fios nacionais como a Rhodia. No acordo há uma regra de restrição de origem em que somente os itens fabricados com fio e tecido norte-americano, colombiano ou ainda israelense têm benefícios. No entanto, os colombianos têm interesse em derrubar essa regra, para buscar matéria-prima mais barata, por exemplo no Brasil, de acordo com avaliação do diretor de fios da Rhodia. Se isso acontecer, o país pode se tornar, indiretamente, porta de entrada para os Estados Unidos dos fios produzidos no Brasil. Mercado doméstico Apesar da indústria têxtil e de fiação terem ficado de fora do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, seus resultados podem significar um 2007 melhor para a Rhodia no Brasil. "Se esse pacote incentivar de fato a construção civil e produzir crescimento no País, minha experiência é de que a indústria têxtil e de confecção acompanha a elevação do Produto Interno Bruto, até um pouco acima", diz Ferraroli. "Não vejo 2007 com ceticismo, não estamos eufóricos, mas piorar não vai", diz. Para o executivo é preciso frisar que ainda não há garantia de que o Plano funcione, "nossa aposta ainda depende da resposta a essas medidas". Em 2006, além do crescimento pequeno do PIB do Brasil, os negócios da Rhodia foram prejudicados pelo aumento do custo das matérias-primas, como o fenol e a adiponitrila. No dia 2 de janeiro o Grupo Rhodia, produtos químicos, anunciou a conclusão da venda da divisão de fios na Europa para a Butler Capital Partners.


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