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Indústria têxtil anuncia demissões

Veículo: Jornal de Santa Catarina
Seção: Economia
Página: 9

Funcionários ligados à área de exportação da Teka serão os mais atingidos entre os 499 desligados BLUMENAU - A influência da queda do dólar nas negociações brasileiras faz uma vítima no Vale do Itajaí. A Teka, empresa de tecelagem que atua há mais de 80 anos no mercado, demitirá 499 dos seus 5,6 mil funcionários. A divulgação dos nomes será apresentada ainda essa semana aos colaboradores da empresa. De acordo com o diretor de relações com investidores, Marcelo Stewers, a maior parte dos demitidos está ligado ao Setor de Exportação que, com a constante baixa do dólar, não atinge os resultados esperados. A situação, como afirma, se arrasta há meses e a empresa não encontrou outra alternativa a não ser diminuir o efetivo. - Infelizmente, há mais de um ano convivemos com a situação e diminuiremos, portanto, a capacidade fabril da empresa. Seguramos essa situação ao máximo - explica. Segundo ele, além do problema com a taxa de câmbio, as empresas têxteis sofrem também com as pesadas cargas tributárias impostas pelo governo. Por isso, há dificuldade em se adequar à realidade brasileira. Stewers acredita que outras empresas ligadas ao setor e que dependem fortemente da exportação também passam por situação semelhante. Com o corte de funcionários, as vendas da Teka no mercado externo tendem a diminuir em 40%. Hoje, uma fatia entre 35% e 38% das vendas são provenientes das exportações. O diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Têxteis (Sintex), Renato Valim, afirma que as demissões são uma adequação à atual realidade de mercado devido à desvalorização da moeda norte-americana. Valim afirma que, desde o ano passado, o sindicato pressiona o governo para realizar a reforma tributária e a diminuir a entrada de produtos asiáticos no país. Só no ano passado, 260 mil trabalhadores da indústria têxtil brasileira perderam os empregos. A Teka - Fundada em maio de 1926 pelo alemão Paul Fritz Kuehnrich começou como uma fábrica de acolchoados. Aos poucos introduziu tecelagem, fiação e confecção, se tornando, em 1947, uma fábrica auto-suficiente na produção de produtos de cama, mesa e banho - É uma das maiores fabricantes do setor em toda a América Latina, com produção média de 22 mil toneladas anuais - Em 2005, teve crescimento de 33,1% nas vendas internas, atingindo R$ 291,7 milhões. No primeiro trimestre de 2006, a empresa obteve incremento de 12,7% nas vendas para o mercado nacional e produção 2,5% maior - Sentiu dificuldades nas exportações, principalmente pela desvalorização do dólar norte-americano frente ao real - No primeiro trimestre de 2006, diminuiu suas exportações em 4,4%, atingindo R$ 31,1 milhões em vendas ao mercado externo, contra os R$ 32,5 milhões no primeiro trimestre de 2005 - A Teka tem unidades fabris em Blumenau, Indaial, Artur Nogueira (SP) e Itapira (SP). Possui escritórios comerciais em Porto Alegre, São Paulo, Ribeirão Preto, Cuiabá, Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Belém. No Exterior, tem operação comercial em mercados estratégicos: Argentina, Alemanha e Estados Unidos. Sintrafite fiscalizará indenização aos afastados O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Blumenau e Região (Sintrafite), Jaimir Ferrari, ainda tinha expectativa que o quadro de demissões pudesse ser revertido, o que não ocorreu. - Eles devem chamar os trabalhadores amanhã (hoje) para começar o processo de demissão. Garantiram que serão pagas todas as obrigações trabalhistas, sendo que o FGTS deve ser depositado nos próximos meses - afirma. O sindicato acompanhará, nos próximos meses, o pagamento dos direitos trabalhistas. Ferrari garante que também vão investigar o motivo das demissões, que atualmente vem atingindo apenas as indústrias têxteis. Só na região, ele aponta que esta é a segunda empresa que faz um corte em massa. Ano passado, a Karsten demitiu cerca de 200 empregados com a baixa do dólar. Confecção encerra as atividades RIO DOS CEDROS - A confecção de moda infantil Blue In fechou as portas no dia 17 de janeiro. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação, Tecelagem e Vestuário de Timbó, Lourival Bona, mais de 111 funcionários ficaram desempregados. A maior parte dos funcionários entrou com uma ação requerendo o pagamento da rescisão de contrato, FGTS atrasados e o 13º salário de 2005. - Para uma cidade do porte de Rio dos Cedros foi um baque muito grande - lamenta. O Santa não encontrou o proprietário da empresa para comentar o motivo que levou a Blue In - uma das maiores indústrias do município - a fechar após cinco anos de atividade.


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