Notícias

Pequenas investem em design para crescer

Veículo: Estado de São Paulo
Seção: Negócios
Página: B12

Pesquisa mostra que produtos com formas diferenciadas aumentaram a competitividade em 95% das empresas A perspectiva de vender para o exterior e a necessidade de reforçar a presença no mercado interno estão fazendo com que as pequenas empresas brasileiras apostem cada vez mais no design como um diferencial competitivo. Hoje, é uma questão de sobrevivência para as pequenas empresas. O design já é o segundo fator que mais pesa na decisão de compra do consumidor, diz Gustavo Chelles, do estúdio de design Chelles & Hayashi. A empresa tem um portfólio ativo de 50 clientes, dos quais 70% são empresas pequenas e médias. Só no ano passado, segundo ele, a procura por parte de empresas de pequeno porte cresceu 80% em relação a 2005. A Associação de Designers de Produto (ADP) fez uma pesquisa piloto sobre a percepção do design por parte das pequenas e médias empresas. Os dados, colhidos junto ao setor de equipamentos médicos, mostrou que o design aumentou a competitividade dos produtos em 95% das empresas. FUNCIONALIDADE Um exemplo é a Intermed, fabricante de equipamentos médico-hospitalares de São Paulo. A empresa tem 25 anos de mercado, e em 1999 incluiu o design em sua estratégia para ganhar o mercado externo. O design de equipamentos médicos é mais complexo do que o de cadeiras ou eletrodomésticos, pois há padrões internacionais a serem seguidos, explica Jorge Bonassa, diretor de pesquisa e desenvolvimento. Para nós, a funcionalidade do produto e sua adequação técnica são os pontos mais importantes. Foram desenvolvidos sete produtos com design diferenciado, o que ajudou a empresa a conseguir clientes no exterior. Hoje, exporta para 30 países. Nos últimos anos, a empresa vem mantendo uma média de crescimento anual de 15% nas vendas. Para Bonassa, um design antiquado pode restringir o alcance a novos mercados. O diferencial do design não é apenas do ponto de vista estético. Um produto com bom design é também funcional, adequado ao usuário e deve ter custos racionais, explica Levi Girardi, vice-presidente da ADP e também sócio da Questto Design. Sua empresa atualmente tem 20 clientes, 70% deles de pequeno e médio portes. As empresas já percebem que o design não é inacessível e é um investimento, em vez de um custo. A Di Carrara, pequena fabricante de calçados femininos de Jaú (SP), há um ano decidiu mudar radicalmente o design de seus calçados, antes sóbrios e identificados com um público mais velho. Contratou uma equipe de estilistas que se encarregou da criação dos modelos, que agora vêm em cores vivas, estampas e novos materiais. Tivemos um crescimento de 5% nas vendas, o que comprovou que nossa consumidora queria um design atual, diz Wilson Tavares, diretor-comercial da empresa.


Compartilhe:

<< Voltar

Nós usamos cookies em nosso site para oferecer a melhor experiência possível. Ao continuar a navegar no site, você concorda com esse uso. Para mais informações sobre como usamos cookies, veja nossa Política de Cookies.

Continuar